O HPV E A PREVENÇÃO DA INFECÇÃO EM HOMENS E MULHERES
O que é HPV?
Existem mais de 100 tipos desse vírus que é altamente contagioso e muito comum entre a população. Dentre os de maior ocorrência, destacam-se os tipos 16 e 18, de alto risco para o câncer do colo do útero, e os tipos 6 e 11, que causam verrugas genitais.
Qual a relação do câncer do colo do útero com HPV?
O HPV está presente em 99,7% das mulheres com esse tipo de câncer. Para ter ideia da importância desse vírus, podemos dizer que a relação de causa entre o câncer de colo de útero e a presença do HPV é 50 vezes maior do que a relação entre o fumo e o câncer do pulmão.
Qual a importância das verrugas genitais (ou condilomas)?
Cerca de 1% da população sexualmente ativa nos EUA (1 milhão de pessoas de ambos os sexos) teve verrugas genitais visíveis em algum momento da vida. As verrugas genitais acometem homens e mulheres.
Como se transmite o HPV?
O HPV, na grande maioria das vezes, é transmitido por via sexual. O contágio se dá pelo contato "pele com pele" e, portanto, o uso de preservativos não é suficiente para a prevenção da infecção, uma vez que o vírus pode estar alojado na pele não coberta pela camisiha. A alta prevalência do vírus na população feminina e masculina (cerca de 50% da população sexualmente ativa já foi ou será infectada por um ou mais tipos de HPV em algum momento da vida) faz com que o risco de contágio seja alto. Vale destacar que a infecção pelo HPV não está restrita a grupos de risco, podendo atingir todos os homens e mulheres sexualmente ativos.
Como prevenir o HPV?
Atualmente, existem duas vacinas contra o HPV. Elas são seguras e eficazes contra os tipos de HPV contidos em suas formulações, mas são vacinas diferentes, portanto, consulte seu médico para saber qual das duas deve ser aplicada.
A vacina Bivalente (que protege dos HPV 16 e 18, oncogênicos – que causam câncer) está licenciada para mulheres a partir de 9 anos de idade. Já a vacina Quadrivalente (que protege dos HPV 16, 18 e também 6 e 11, causadores das verrugas genitais) está licenciada para homens e mulheres de 9 a 26 anos de idade.
Quem deve tomar a vacina?
Tanto mulheres como homens podem e devem ser vacinados contra o HPV.
Qual a melhor idade para vacinar?
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que a vacinação ocorra o mais precocemente possível, a partir de 9 anos de idade (antes do início da atividade sexual). No entanto, não há contraindicações para a vacinação de mulheres acima de 26 anos - os estudos comprovam a segurança e a eficácia da vacina em mulheres mais velhas.
Por que é melhor vacinar precocemente?
Quanto mais jovem, melhor é a resposta à vacina devido à maior quantidade de anticorpos produzida. Além disso, a infecção pelo HPV tende a acontecer precocemente, já no ano de iniciação sexual, mesmo que a pessoa tenha apenas um parceiro.Por essa razão, o ideal é que a vacinação seja feita bem antes de contato com o HPV, ou seja, na pré-adolescência/adolescência.
Pessoas sexualmente ativas podem se vacinar?
Sim, observando-se a indicação específica para mulheres e homens.
Mulheres grávidas podem se vacinar?
Não é recomendado, pois não existem estudos que demonstrem a segurança da vacina nesses casos.
A vacina serve como tratamento?
Não. A ação da vacina é preventiva.
A mulher vacinada precisa continuar fazendo o exame Papanicolau (preventivo)?
Sim. Os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero, mas existem outros tipos desse vírus. Portanto, é preciso continuar fazendo o exame Papanicolau anualmente.
Quais são os efeitos colaterais?
A vacina é usada em vários países, milhares de pessoas já foram vacinadas e a segurança já está bem demonstrada. Como é produzida com vírus inativados (mortos), ela não é capaz de causar a doença. Como ocorre com todas as vacinas, alguns eventos adversos podem ser observados, geralmente, apenas reação local como dor, endurecimento e vermelhidão. Raramente, pode ocorrer febre baixa e passageira.
O desmaio, também chamado de síncope ou reação vaso-vagal, pode ocorrer após a aplicação de qualquer tipo de injeção e está relacionado a uma hiper-reatividade do sistema nervoso diante de uma situação de stress. É mais comum em adultos e adolescentes. Na maior parte das vezes (90%) a síncope ocorre nos primeiros 15 minutos após a aplicação da injeção (cerca de 60% dessas reações acontecem nos primeiros cinco minutos). As pessoas que se sentem ansiosas, com sudorese, mal-estar, falta de ar antes da aplicação da vacina precisam ficar atentas para prevenir quedas e devem permanecer sentadas ou deitadas após a vacinação.