1 - Por que a vacina de gripe muda de um ano para outro?
Porque os vírus influenza, que causam a gripe, sofrem mutações com muita facilidade, e isso leva à necessidade de alterar a composição da vacina. Essa reformulação é feita a partir das análises de uma rede internacional de vigilância que realiza a coleta de vírus ao redor do mundo para a identificação destas variantes, de acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
2 – É preciso se vacinar todos os anos?
Sim. E essa recomendação vale tanto para as crianças como os adultos, por conta da queda no nível dos anticorpos estimulados pela vacinação do ano anterior e da mutação do vírus influenza.
3 - Por que menores de 6 meses não devem ser vacinados?
Porque ainda não existem estudos clínicos determinando a eficácia, a capacidade de produção de imunidade e a segurança (risco de reações adversas) da vacina nesta faixa etária.
4 - Qual a importância de vacinar a criança?
Crianças em idade escolar têm alta taxa de infecção (entre 15 a 40%). Elas adquirem e transmitem o vírus com mais frequência e por mais tempo, tendo um papel crucial na disseminação da gripe na família e na comunidade onde vivem. Têm também um risco maior (sobretudo as menores de dois anos) de complicações como pneumonia, otite média, chiados, bronquiolite; de acometimento muscular e de manifestações do Sistema Nervoso Central, o que leva a uma alta taxa de hospitalização. Tudo isso resulta em custos consideráveis: consultas médicas, medicações, falta dos pais ao trabalho para cuidar da criança doente etc.
5 - Quando a vacina deve ser aplicada? Por quê?
O ideal é vacinar antes da temporada da gripe (o que geralmente ocorre no inverno), tão logo a vacina esteja disponível – normalmente no outono (entre março e maio). Os níveis satisfatórios de anticorpos protetores da gripe são atingidos em até duas semanas após a aplicação da vacina.
6 – A vacina também protege do resfriado?
Não. Ela imuniza apenas contra a gripe causada pelo vírus influenza. O resfriado é causado por outros tipos de vírus, como o adenovirus, o rinovirus, o coronavirus, o vírus respiratório sincicial e o parainfluenza.
7 – A vacina provoca alguma reação?
As reações adversas são pouco comuns. Quando ocorrem, desaparecem rapidamente e são geralmente leves e locais (eritema, enduração e dor no lugar da aplicação). Também pode ocorrer febre baixa, mialgia (dor muscular) e mal-estar, de 6 a 12 horas após a aplicação. Esses sintomas duram menos de dois dias, mas a proteção gerada pela vacina dura mais de oito meses.
8 – A vacina dói? O que fazer se o local ficar dolorido depois?
Algumas pessoas são mais sensíveis e podem sentir dor, em geral, pouco intensa. Neste caso, pode-se aplicar compressa fria no local da aplicação.
9 – A vacina é oferecida na rede pública?
Ela está disponível nos postos de saúde apenas para menores de 2 anos, maiores de 60, gestantes e para crianças e adultos portadores de doenças crônicas, como os cardiopadas, imunodeprimidos, asmáticos, entre outros, e também para os profissionais de saúde.
10 - É mais eficiente se a família toda se vacinar?
Sim, já que o maior risco de infecção se verifica nos contatos domiciliares. Além disso, como menores de 6 meses não podem receber a vacina, a melhor proteção para essa faixa etária é a vacinação da família, que reduz o risco de infecção e transmissão do vírus ao bebê.
11 - Grávidas e mulheres que estão amamentando podem se vacinar?
A gestante deve se vacinar em qualquer momento da gestação, e o mais precocemente possível, dada a gravidade da gripe nesse grupo. Essa atitude, além de proteger a gestante, possibilita a transferência de anticorpos para o feto e o bebê, via placenta e leite materno, respectivamente. Dessa forma, protege o menor de 6 meses que ainda não pode receber a vacina.
Fonte: Dra. Isabella Ballalai – CRM-RJ 52-48039/5